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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Procuram-se técnicos.


Cresce a demanda por técnicos e tecnólogos no Brasil, o que leva as empresas a pagar salários de gerentes a especialistas.

A procura crescente por técnicos é resultado da especialização do mercado brasileiro, que exige profissionais com conhecimento específico, e da expansão de setores em que essa qualificação é essencial, como é o caso da indústria de aviação. O técnico em manutenção paulistano Fábio Santos, de 27 anos, trabalha no setor aéreo há seis anos, tem curso técnico na área e certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em setembro de 2008, ele trocou a Gol Linhas Aéreas pela Azul com um aumento salarial de 70% e uma vaga no segundo nível da carreira técnica da empresa. “Se continuar me qualifi cando, posso subir um degrau já no ano que vem”, diz. Para atrair profissionais como Fábio, cujo ritmo de formação não dá conta da demanda do setor, a Azul elaborou um plano de carreira com oito níveis de especialização. Os salários vão de 2 300 a 7 500 reais. A empresa, que iniciou suas operações em dezembro de 2008, treina 100% dos contratados para trabalhar com os aviões da Embraer, também novatos na aviação comercial brasileira. “Temos que oferecer um bom pacote, pois quem buscamos geralmente está empregado”, diz Johannes Castellano, diretor de recursos humanos da Azul. A concorrente Gol enfrenta as mesmas dificuldades.

No mês passado, a empresa lançou um programa de recrutamento que tem como meta contratar 400 técnicos de manutenção nos próximos três anos. “Temos que recrutar pessoas da área de mecânica ou eletrônica e prepará-las aqui dentro”, diz Fernando Rockert de Magalhães, vice-presidente operacional da Gol.

A companhia ainda negocia uma parceria com a Universidade Anhembi-Morumbi, de São Paulo, para a criação de um curso de despachantes operacionais de voo, o chamado DOV, outra formação em falta no mercado. Além de aviação e óleo e gás, os setores de construção civil, agronegócio e tecnologia também estão em expansão e demandam cada vez mais técnicos qualificados. “Contratamos neste ano 600 desenvolvedores e ainda procuramos outros 150”, diz Maria de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas da Totvs, uma das líderes no segmento de softwares de gestão. Na Manpower, consultoria de recrutamento com sede em São Paulo, a procura por técnicos cresceu 75% no último trimestre, comparado ao mesmo período de 2008. “Nós temos 2 000 vagas por mês. Cem delas pagam salários acima de 5 000 reais”, diz Pedro Guimarães, diretor comercial da Manpower.

PLENO EMPREGO
A procura pelo ensino técnico de Segundo Grau no país reflete o crescimento do mercado de trabalho. Um exemplo disso é o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Pernambuco, onde o número de formados dobrou em quatro anos. Cerca de 2 600 deles foram recrutados, nos últimos dois anos, pelo Estaleiro Atlântico Sul, instalado no porto de Suape, a 40 quilômetros de Recife. Os inspetores de soldagem estão entre os que ganham mais, com salários de 6 000 a 8 000 reais.

Esses profissionais trabalham com estruturas navais e tubulações e, para isso, precisam de certificação específica do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Além da parceria com o Senai, o estaleiro criou o próprio centro de treinamento e está negociando com outras instituições do estado a criação de cursos técnicos na área naval. “As escolas perguntam de quantos profissionais vamos precisar e nós respondemos: de todos”, diz Jane Souza, gerente de recursos humanos do estaleiro. As instituições que formam técnicos de nível superior também responderam ao maior interesse das companhias por seus alunos.

Entre 2002 e 2008, o total de ingressos no ensino técnico superior no país aumentou quase seis vezes, ante um crescimento de 25% no número de novas matrículas nas universidades. Enquanto o bacharel obtém no ensino acadêmico uma formação generalista, o tecnólogo, como são chamados os técnicos com formação de Terceiro Grau, se especializa em uma área durante um período mais curto — em geral, de dois a três anos. De 2002 a 2008, o número de cursos para tecnólogos no país saltou de 636 para 4 355, mas a qualidade das escolas ainda deixa a desejar. “O problema é que não existe uma certificação específica [atestando a qualidade dos cursos] e, por isso, ainda é difícil separar o joio do trigo”, diz Marcelo Neri, da FGV-RJ.

Felype Oliveira Gonçalves, 34 anos, projetista de tubulação da Techint: salário e benefícios de gerente

A valorização dos técnicos está mudando a antiga imagem de formação de segunda classe. No mês passado, o Conselho Federal de Administração passou a reconhecer, para registro profissional, os cursos técnicos de nível superior em áreas como gestão de RH, de logística e de processos. Um levantamento do Centro Paula Souza, que administra as 47 faculdades de tecnologia do estado de São Paulo, que são centros formadores de técnicos de nível superior, mostra que a empregabilidade do tecnólogo está em alta. Segundo o estudo, nove em cada dez formados em 2007 estavam empregados no primeiro semestre deste ano.

“Muitas empresas colaboram com a elaboração das grades dos cursos e isso faz com que os alunos tenham um perfil desejado pelo mercado”, diz Angelo Cortelazzo, coordenador de graduação do Paula Souza. Hoje, a rede estadual tem 35 000 alunos matriculados em 46 cursos. Nas áreas de soldagem, edifi cações, processos de produção e informática, o nível de ocupação após um ano de formação é de praticamente 100%.

O paulista Wellington da Silva, de 25 anos, por exemplo, foi contratado como programador de softwares antes mesmo de se formar. Wellington concluiu neste ano o curso de graduação em processamento de dados na Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Na metade do curso, em 2007, ele foi chamado para uma entrevista na Gonow, empresa de softwares corporativos em São Paulo. Entrou como analista júnior, ganhando pouco mais de 3 000 reais. No mês passado, depois de se destacar como líder de equipe, ele foi promovido a coordenador e teve seu salário dobrado. Agora, Wellington pretende investir no desenvolvimento de suas habilidades gerenciais, sem se descuidar do aperfeiçoamento técnico.

sábado, 16 de abril de 2011

Liderar para cima é uma arte.


Dave Ulrich afirma que a boa liderança é aquela que inspira, empolga, envolve e dá autonomia.

Dave Ulrich, um dos maiores especialistas em gestão de pessoas do mundo, acredita que alguns líderes tenham perícia e sabedoria para infl uenciar seus próprios chefes. Professor de negócios da Ross School of Business , da Universidade de Michigan, e co-fundador do Grupo RBL, consultoria que presta serviços aos maiores executivos de RH do mundo, ele já publicou mais de 100 artigos e 20 livros sobre o assunto. Em seu mais recente trabalho, O Código da Liderança (Editora BestSeller), escrito em parceria com Norm Smallwood e Kate Sweetman, o guru americano afirma que a boa liderança é aquela que inspira, empolga, envolve e dá autonomia. De acordo com ele, um dos maiores erros que os líderes cometem hoje em dia é o de se tornarem orgulhosos e arrogantes, quando deveriam ser humildes e abertos para aprender. Veja o que ele diz a seguir, em entrevista exclusiva concedida a VOCÊ S/A.

Um grande líder consegue liderar o chefe?
Gerenciar os superiores é uma arte. Ela exige que o subordinado saiba exatamente do que o chefe precisa e saiba também demonstrar que pode ajudá-lo a alcançar o que quer. A influência de baixo para cima não se dá por cargo ou tempo de empresa, mas por perícia e sabedoria. Quando o subordinado consegue fazer o gestor atingir seus objetivos, ele se torna uma influência positiva. Essa tarefa muitas vezes exige humildade, para não assumir o crédito pelo trabalho que é realizado.

Qual é o desafio número 1 na liderança? E seu maior inimigo?
A liderança está relacionada à construção da próxima geração de líderes e à garantia de que os potenciais líderes tenham aptidões e capacidades sob medida para o futuro, mais do que para o presente. Para isso, é preciso que o líder se cerque de pessoas diferentes dele. É tentador e fácil para um líder rodear-se de gente que pensa e age como ele, mas isso não cria sucessores. Os líderes também devem tomar cuidado para se cercar de indivíduos muito talentosos. Às vezes isso significa mais diálogo, debate, discórdia e discussão, mas essa mistura é que leva aos melhores resultados no longo prazo.

Quais são os erros mais comuns que os grandes líderes cometem?
Eu destaco três. Primeiro, eles esperam que o futuro seja como o presente. Marshall Goldsmith e outros falam que o que trouxe você até aqui não vai levá-lo até lá. A afirmação é muito verdadeira. Muitas vezes o que ajudou um profi ssional a ter sucesso no passado não é o que será crítico para ele no futuro. O segundo é o líder se tornar orgulhoso e arrogante, quando deveria ser humilde e aberto para aprender. Isso ocorre quando o líder começa a se concentrar em si mesmo mais do que nos outros, quando fica fechado para novas ideias, quando tem mais respostas que perguntas, quando está mais preocupado com o consumo do que com a produção e quando se isola em vez de se conectar com os principais interessados. Esse comportamento gera mau julgamento e más decisões. Por fim, o terceiro erro é o de esquecer que, por definição, a liderança é um esporte de equipe. Não é individual. A liderança não é apenas o que eu faço, mas o que eu consigo realizar com os outros e por meio deles. Fazer com que as pessoas se sintam bem com seu trabalho é crítico na liderança.

Qualquer pessoa pode desenvolver as cinco regras para liderar que o senhor menciona em seu livro?
Acreditamos que as pessoas têm predisposições, ou coisas pelas quais elas são mais atraídas. Por exemplo, eu sou mais predisposto a trabalhar em questões estratégicas. Mas as pessoas podem aprender técnicas que lhes permitam participar plenamente de todos os cinco domínios da liderança. Eu posso aprender a gerenciar melhor os talentos ou a desenvolver o capital humano. A pesquisa sobre liderança mostrou que metade dessa capacidade é inata, é a nossa predisposição. A outra metade representa coisas que podemos aprender e dominar.

Que perguntas um profissional pode fazer para si mesmo para se tornar um bom líder?
Ele deve se perguntar primeiramente se realmente quer liderar. A liderança tem um preço. Ela exige o abandono da autonomia pessoal e de alguns relacionamentos. Também pode exigir o aprendizado de novas técnicas que estão fora da sua zona de conforto. Pode ainda pedir que o profissional assuma riscos pessoais e profissionais. Depois, a pessoa deve se perguntar quais são suas forças e fraquezas na liderança. Que dimensões da liderança ocorrem mais naturalmente para ela? Quais são as áreas em que pode ter sucesso gastando menos energia? Por fim, é preciso se perguntar quais são os resultados que mais deseja obter. Quem são as pessoas que me seguem como líder? Como posso garantir que meu trabalho supra as necessidades e expectativas dessas pessoas?

E qual é o oposto de liderança?
Pergunta capciosa. Não é o acompanhamento, porque os seguidores fazem os líderes terem sucesso, e vice-versa. Também fazemos distinção entre o líder como indivíduo e a liderança como uma capacidade dentro da empresa. No entanto, essas são extensões da liderança. O oposto de liderança, provavelmente, é a falta de objetivos e a inércia.

Leitura
O novo livro de Dave Ulrich, professor de administração da Universidade de Michigan, traz cinco regras básicas e essenciais para se tornar um bom líder



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Não quero ser chefe.


Se a sua opção é seguir a carreira de especialista ou técnico, veja o que levar em conta na hora de decidir


Estagiário, trainee, assistente, analista, supervisor e coordenador. Depois gerente, diretor, vice-presidente e, enfim, presidente. Para o alto e avante. Essa costuma ser a ideia de sucesso profissional. Pelo menos segundo o senso comum do mundo corporativo. Mas há quem não se encaixe nessa ascensão retilínea e ascendente. Por exemplo, os profissionais técnicos ou especialistas. Para eles, a realização não está na conquista de cargos, mas em fazer cada vez melhor o que já fazem bem. O principal problema para quem escolhe esse caminho é encontrar uma empresa que contemple essa opção em seu plano de carreira. Outra dificuldade é romper com o senso comum. O especialista é alguém que, em algum momento, tem de dizer ao chefe que não quer ser gestor, frustrando uma expectativa da empresa. “No Brasil, ainda prevalece o paradigma de que, para crescer, é preciso virar gerente, a carreira técnica ainda é pouco valorizada”, diz a headhunter carioca Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.

Que profissional é você? Clique e descubra

Na hora de dizer que não queria ser chefe, Maurício Lopes Duarte, de 38 anos, analista sênior da Totvs Interior Paulista, optou pela sinceridade. Convidado para assumir uma gerência, recusou a proposta e disse que sua praia era a programação dos sistemas de ERP da empresa. “Não tive medo de ser visto como maluco porque expus aos companheiros de trabalho e à chefia imediata minhas ideias e aspirações de crescimento profissional”, diz. “Hoje, estou realizado como especialista.”

A TAL DA CARREIRA EM Y

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A realidade da Samarco, porém, está longe de ser a regra no Brasil. Na maior parte dos casos, as empresas acabam criando um cargo de consultor para acomodar quem já passou por analista júnior, pleno e sênior. No entanto, raramente o salário se equipara aos níveis gerenciais. Por isso, se você está convencido de que a gerência não é o seu lugar, você deve se esforçar para ter seu mérito como técnico reconhecido.
O especialista não precisa ser um Prêmio Nobel, mas o ideal é que seja percebido logo nos primeiros anos da carreira. “É preciso demonstrar muito conhecimento”, diz Joaquim, da Samarco. Mestrado e doutorado na área são caminhos naturais para o especialista. Outra cobrança é por atualização constante com o mercado. Uma alternativa é participar de grupos de discussão, ver quem são os melhores especialistas e tentar se aproximar deles. “Tem que estudar muito, ou você fica defasado, porque todos os dias alguém cria algo novo”, diz Luís Fernando Liguori, de 37 anos, arquiteto de sistemas da IBM Brasil. Na IBM, a carreira de especialista segue critérios semelhantes à da progressão como gestor. A formação de sucessores é um deles. “Aqui, você tem de dividir o conhecimento”, diz Luís Fernando.

REALIZAÇÃO NO APRENDIZADO
A função de especialista vai muito além das carreiras tecnológicas ou ligadas à pesquisa científica. “Pode abranger qualquer setor ou área. Em vendas, por exemplo, você encontra aquele sujeito que é mestre no contato direto com o cliente e ficaria frustrado lidando com a parte mais burocrática de uma gerência”, diz a headhunter Jacqueline, da Resch.

Deixar claro para a empresa qual a sua vocação pode ser um grande alívio para o chefe, que é salvo do risco de colocar o profissional errado na posição de gerente. “Promoção é uma decisão difícil no Brasil porque a lei não permite redução salarial, no caso da indicação dar errado”, diz Augusto Carneiro, consultor de carreira e diretor da Zaitech, empresa de busca de executivos do Rio de Janeiro.

Recusar uma proposta para assumir cargo de gestor não significa estar condenado ao mesmo salário pelo resto dos dias. Luís Fernando, que entrou na IBM como estagiário, acredita que será arquiteto de sistemas pelos próximos cinco anos e isso não é ficar estagnado na carreira. “Há uma pista enorme a ser percorrida. O meu mentor é alguém que tem o mesmo nível de um alto executivo da IBM e é um técnico como eu, só que com muito mais experiência”, diz.

Na carreira em Y, a remuneração está diretamente ligada à aquisição de conhecimento. “O ritmo de desenvolvimento é determinado pela velocidade de aprendizado e implementação das ideias”, diz Jacqueline Resch. Mais importante que o dinheiro, porém, é seguir o caminho que lhe dá maior satisfação.

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Edição 0154 - Abril 2011 - Você S/A




quarta-feira, 6 de abril de 2011

Relacione desemprego e dignidade humana.



Quanto se tem falado de emprego ou explosão de empregos, esse modo de fazer o povo acreditar que a maquina chamada Brasil esta evoluindo, nem tanto assim poís a atual fase do emprego no nosso país nos leva a refletir sobre a importância de uma pessoa ter um trabalho não só pela questão finaceira, más tambem a questão moral. Psicológicamente, se sentir util, importante num contexto corporativo para muitos é tão importante quanto o salário, se sentir parte da instituição e saber que o pouco que se faz é de suma importância para o andamento dela, dignifica a pessoa, deixando-a psicologicamente mais forte, se sentir imprtante num contexto sócio-econômico, chegar em casa olhar no espelho e pensar hoje eu fui importante, faz uma diferença muito significativa na vida do ser humano, além do lado econômico esse é outro papel que um emprego tem na vida de uma pessoa a dignidade social.
Profº Fabio Almeida

terça-feira, 5 de abril de 2011

32 soluções para seus problemas com dinheiro


Planejamento e disciplina são as palavras certas para você ter sucesso na vida financeira

Os bancos estão facilitando os financiamentos e a bolsa de valores deve continuar em alta nos próximos meses. É um ótimo momento para aumentar seu patrimônio, desde que você esteja com as finanças em dia. Essa é a conclusão de um levantamento feito pela VOCÊ S/A com a ajuda de especialistas em finanças pessoais. No ano passado, 828 leitores relataram quais eram suas dificuldades para administrar seu dinheiro. Dessa amostra, 57% das pessoas tinham entre 25 e 35 anos, 69% são homens e 47% ocupavam posições entre superintendente e analista nas empresas em que trabalham.

O levantamento mostrou que as pessoas estão insatisfeitas com seu padrão de consumo, não poupam regularmente, têm uma parcela do salário corroída pelos juros do cartão de crédito e do cheque especial e não se preparam para a aposentadoria. Compartilhamos os dados com consultores que propuseram 32 soluções para evitar ou resolver cada um dos problemas. Há também a história de cinco pessoas que administram bem seu dinheiro e podem servir de inspiração para você organizar sua grana e mudar de vida.



O ENGENHEIRO QUE JUNTOU 2 MILHÕES DE REAIS ANTES DOS 40
Dos 828 leitores que expuseram sua situação financeira à VOCÊ S/A, apenas 20% planejam a aposentadoria. O restante não tem a menor ideia de como nem de quando irá se aposentar. Pensar na aposentadoria é cada vez mais necessário já que as pessoas estão vivendo mais e com melhor qualidade de vida. Um bom exemplo de planejamento é o caso do mineiro Rodrigo Perfeito Marques de Castro, de 39 anos, que se preparou bastante para conseguir seu primeiro milhão e para se aposentar com muito dinheiro no bolso.

Ele fez exatamente o que os especialistas financeiros recomendam: começou a poupar cedo e manteve um perfil arrojado nos primeiros anos e depois passou a ser mais conservador. Rodrigo gosta de investir em ações chamadas blue chips, que são papéis de empresas considerados fáceis de comprar e vender, como Petrobras, Vale, Gerdau, Cemig e Itausa. Com essa estratégia, ele conseguiu fazer uma escolha certeira nos seus investimentos. "Essa opção é ideal para quem quer conquistar independência financeira", diz Gustavo Cerbasi, especialista em finanças pessoais e sócio da Cerbasi & Associados Planejamento Financeiro, em São Paulo.

Rodrigo também foi disciplinado na manutenção de todos os seus investimentos. Se você também quer se aposentar com 1 milhão mas não tem disciplina para poupar, um boa opção são os planos de previdência complementar, oferecidos por empresas. Rodrigo fez um plano corporativo na Andrade Gutierrez e já acumula 400 000 reais. Para cada real que ele deposita, a companhia deposita o mesmo valor.

Esses planos de previdência costumam ter taxas de administração e de carregamento menores do que as dos planos que estão no mercado. Mas, se sua empresa não tem um plano desses, você pode contratar um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que são vendidos pelos bancos e pelas seguradoras.

Ao escolher seu plano de previdência, você precisa prestar atenção a duas coisas: o PGBL é indicado para quem faz a declaração do Imposto de Renda (IR) pelo formulário completo. Ele permite o desconto de até 12% das suas contribuições no IR. Outro detalhe importante é olhar as taxas de administração. Elas devem ser inferiores a 2%. Se você quiser fugir dos planos de previdência e optar por outro tipo de investimento, precisa ter dedicação às suas aplicações.

Rodrigo gastava entre uma e duas horas por dia analisando planilhas, lendo jornais e relatórios de mercado sobre as empresas nas quais desejava investir. “Hoje não especulo mais, mas antigamente trabalhava com Opção [papel que garante ao investidor o direito de comprar ou vender alguma coisa no futuro a preço fixo]”, diz ele.

VEJA OUTRAS DICAS DO CONSULTOR GUSTAVO CERBASI PARA SE APOSENTAR COM 1 MILHÃO DE REAIS OU MAIS.1 Faça uma carteira de ações com papéis que são considerados blue chips.
2 Jovens podem ser mais agressivos nos investimentos financeiros. Você pode escolher fundos de investimento que aplicam em ações ou optar pelos planos de previdência privada que investem em renda variável. Para saber quanto investir para a sua aposentadoria, siga uma regra simples: calcule o prazo que você quer se aposentar e acrescente 10. Esse vai ser o percentual de ações nas quais você pode colocar seu dinheiro. Se você pensa em se aposentar daqui a 30 anos, tenha um plano com 40% do seu dinheiro investido em ações.
3 Com o passar dos anos, diminua sua exposição ao risco e reduza as aplicações em ações. Direcione a maior parte de sua grana para a renda fixa.

Começo arrojado
O engenheiro mineiro Rodrigo Perfeito Marques de Castro, de 39 anos, se programou e estudou bastante para ter uma aposentadoria confortável. Gerente de produção de carreira da construtora Andrade Gutierrez, ele é o que os especialistas chamam de investidor ideal: começou a investir cedo, aos 24 anos, de forma arrojada e foi diminuindo sua exposição ao risco aos poucos, com a diversificação dos investimentos. Hoje, ele tem 1,3 milhão de reais, ou 1,9 milhão de reais se for somado o seu imóvel, avaliado em 600 000 reais, que ele está terminando de pagar.

Rodrigo mantém 40% de seu dinheiro em ações, o equivalente a 500 000 reais. Quando começou a investir na bolsa, em 1999, ele decidiu fazer um MBA em finanças na Universidade de São Paulo, para saber exatamente quais ações comprar e a melhor hora de vender. “Com os ganhos da bolsa comprei alguns imóveis em São Paulo.” Ele pagou 55 000 reais por uma casa, alugou e vai vendê-la por 85 000 reais. Depois comprou um imóvel por 70 000 reais que agora vale 270 000 reais. Outra aquisição foi um táxi, por 80 000 reais, que ele aluga por 900 reais por mês. Com o aluguel do carro, Rodrigo consegue rentabilidade de 1,1% ao mês, melhor do que a poupança, que rende apenas 0,5%. Os custos de manutenção do carro ficam com o locatário.

4 Outra opção de investimentos é uma carteira com títulos públicos, ações de primeira linha e fundos de índices (ETFS).
5 Os títulos públicos são uma boa alternativa de investimento para períodos que variam entre um e cinco anos.

GANHE 100% EM QUATRO ANOS
Apenas 17% dos 828 leitores que enviaram suas dúvidas para a revista disseram investir pelo menos 10% do seu salário todos os meses. E 60% deles não conseguiam investir absolutamente nada. É claro que há exceções e você pode aprender com elas. É o caso da dentista Ana Paula Franchi Messina, de 36 anos, que começou a poupar há 13 e hoje possuiu imóveis e 58 500 reais distribuídos entre poupança, Certificado de Depósito Bancário e planos de previdência complementar. “Sempre gostei de poupar”, diz Ana Paula. Poupar não é difícil, basta fazer um bom planejamento financeiro.

Guardar dinheiro para fazer uma viagem internacional, por exemplo, requer uma aplicação financeira de curto prazo, que pode ser a caderneta de poupança. Mas juntar dinheiro para a troca de um carro pode demorar mais tempo e requer uma aplicação como os fundos de investimento. A poupança para a compra de uma casa pode ser feita com ações, já que é um investimento de longo prazo. Saiba que para cada idade e objetivo na vida há uma aplicação financeira adequada, segundo Carla dos Santos, sócia da CDB Consultoria Financeira, em São Paulo.

SIGA OUTRAS DICAS DA CONSULTORA PARA ACERTAR NOS SEUS INVESTIMENTOS:6 Conheça qual é o seu perfil de investidor e opte por aplicações adequadas a ele.
7 No caso de investimentos de longo prazo, o ideal é uma carteira de ações agressiva. Se você precisa do dinheiro no curto prazo, prefira os investimentos conservadores.
8 Se for investir em Certificado de Depósito Bancário (CDB), saiba que a rentabilidade do título pode ser pré-fixada (definida na hora da compra), ou pós-fixada (definida no vencimento do título). A vantagem é que o CDB tem liquidez diária, o IR é cobrado no saque do dinheiro e só existe Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) se o resgate da grana for feito antes de 30 dias.
9 Para diversificar sua carteira, opte pelos fundos de investimento. Para escolher um fundo, você deve observar risco, taxa de administração, taxa de performance, valor mínimo da aplicação, prazo de resgate, composição da carteira e rentabilidades passadas. O IR é cobrado duas vezes por ano. Mas atenção: rentabilidade passada não é garantia de ganhos futuros.
10 No ano passado, a caderneta de poupança foi a melhor aplicação financeira entre os produtos conservadores. A poupança rende Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano. Se compararmos a rentabilidade da poupança com os fundos de investimentos conservadores que buscavam 100% do CDI, com objetivo de obter 8,75% ao ano de rentabilidade, e subtrairmos a taxa de administração e o IR, veremos que a poupança, devido à isenção de IR, rendeu mais. Mas não se anime muito. O governo estuda formas de tributar a caderneta de poupança, além de limitar o valor da aplicação. Antes de investir analise as chances de alta da taxa básica de juros, que está em 8,75% ao ano e serve de referência para os fundos conservadores. Os analistas financeiros consideram uma alta dos juros neste ano. Se eles estiverem certos, os fundos podem voltar a render mais do que a poupança.

Devagar e sempre
A dentista Ana Paula Franchi Messina, de 36 anos, começou a poupar em 1997, quando ainda era estagiária. Ela depositava 160 reais na poupança todos os meses. Quando sua carreira começou a se consolidar, ela passou a engordar seus aportes e diversificou seu capital. Em 2006, animada com o boom imobiliário, ela comprou um imóvel comercial em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, por 70 000 reais. Hoje, vale 140 000 reais e está alugado por 800 reais.

Animada com esse resultado, Ana Paula e seu marido, Archimedes Messina Junior, de 44 anos, reservam mensalmente 10% de sua renda para comprar novos imóveis e já têm 16 000 reais em um fundo DI. Eles estão no caminho certo. “O aluguel do imóvel representa uma rentabilidade de 1,14% ao mês, um ótimo negócio. A valorização do imóvel foi excelente”, diz Carla dos Santos, sócia da CDS Consultoria, especializada em planejamento financeiro, de São Paulo. Agora, Ana Paula quer investir em ações e já começou a fazer um curso na bolsa de valores. “Eu e meu marido queremos conhecer os mecanismos e as possibilidades do mercado financeiro. Este é um bom momento para arriscarmos um pouco mais”, diz.

Mudança radical
A médica reumatologista e acupunturista Naila Tricia do Espírito Santo, de 34 anos, se orgulhava do pai, que era engenheiro civil e trabalhador contumaz. Ela decidiu seguir seus passos e chegou a trabalhar 15 horas por dia em até quatro empregos. Atendia em prontossocorros e clínicas nos fins de semana e quase não tirava folgas. Todo esse esforço rendia 10 000 reais mensais, que eram gastos em roupas de grife, academia, celular sofisticado e nenhum controle sobre a conta. Apesar de gastar muito, Naila não tinha dívidas. Em 2003, quando o pai faleceu, ela começou a repensar a vida.

Em 2005, resolveu mudar tudo. Hoje, Naila não trabalha mais do que oito horas por dia, tem os fins de semana livres e consegue fazer, com a metade do antigo salário, duas grandes viagens por ano, sendo uma internacional. Naila acabou de voltar da Europa, onde ficou dois meses na França, na Inglaterra e no Leste Europeu. Para conseguir fazer muito com um salário menor, ela se reprogramou. “Mudei rotina e gastos. Virei professora universitária, assim consigo três meses de férias por ano. Trabalho, paralelamente, em uma clínica particular e viajo o mundo de mochila”, diz.

COMPRE O QUE QUISER COM SEU SALÁRIO

Dos leitores que encaminharam suas dúvidas fi nanceiras para a revista, 79% afirmaram que não estão satisfeitos com o atual padrão de vida. O segredo para a satisfação pode ser aprender a viver com menos dinheiro, suprimindo necessidades e remanejando gastos, mas sem abrir mão de comprar o que você gosta. A médica reumatologista e acupunturista Naila Tricia do Espírito Santo, de 34 anos, fez essa opção há exatos cinco anos. “E não me arrependo.

Hoje recebo metade do que ganhava, mas consigo ter mais qualidade de vida e já consegui realizar um sonho antigo: viajar regularmente pelo Brasil e pelo mundo”, diz Naila, que já visitou 25 países desde que decidiu mudar de vida. Na opinião de Erasmo Vieira, especialista em análise financeira e escritor, Naila tem uma história única de quem consegue repensar a vida, com menos dinheiro no bolso, e traçar objetivos financeiros. Ficou animado? Saiba que não é tão difícil conseguir realizar tudo o que você quiser com o seu salário.

Basta fazer um bom planejamento financeiro e segui-lo à risca. Veja alguns exemplos de Naila. Para economizar na aquisição de passagens aéreas, ela faz todas as suas compras com seu cartão de crédito.

As compras viram pontos que depois se transformam em milhas que podem ser trocadas por passagens aéreas. Quando quer comprar alguma coisa, a médica faz o que muita gente deveria fazer, mas não consegue. Pesquisa o preço exaustivamente e pechincha até conseguir um valor mais baixo. Com essa determinação, Naila renegociou a conta de celular. “Pedi bônus porque era cliente antiga e não gasto mais do que 60 reais por mês”, diz ela.

Naila também fez mudanças importantes nos seus hábitos. Agora, espera pelas liquidações para comprar, trocou antigos restaurantes por outros mais baratos, mas com a mesma qualidade, passou a ficar mais tempo com a família, vai à casa de amigos e gasta menos. Até de academia ela mudou. Antes, gastava 300 reais por mês e agora paga 80 reais por outra similar.

“Ela traçou objetivos e tem conseguido realizá-los sem endividamento. Abriu mão de hotéis caros para realmente viajar e conhecer outras culturas, fazendo a opção por mochila, albergues e acomodações sem luxo”, diz Erasmo Vieira. Mesmo com o cinto apertado, a médica consegue manter a regularidade nos depósitos financeiros. Ela distribui sua renda desde 2005 da seguinte forma: 20% em um VGBL que investe só renda fixa, 50% entre CDB e poupança, e 30% em ações.

ESPECIALISTAS FINANCEIROS DÃO OUTRAS DICAS PARA VOCÊ FAZER UM PLANE JAMENTO CERTEIRO E APROVEITAR O SEU SALÁRIO AO MÁXIMO:
11 Antes de mais nada defina quais são os seus sonhos: feche os olhos e pense o que você quer comprar daqui a um mês, um ano, dez anos ou ainda 30 anos. Escreva tudo num papel e reveja seus sonhos sempre.
12 Priorize o pagamento das dívidas ou dos juros. Muitas vezes, é preciso abrir mão de alguns gastos extras agora para realizar todos os seus objetivos no futuro.
13 Comece a poupar regularmente (e não desista).
14 Muito cuidado! Compras financiadas corroem o salário do mês e pode faltar dinheiro para gastos básicos, como alimentação, saúde, transporte, pagamento de contas de água, luz e telefone.
15 Pague as pequenas compras sempre à vista.

Miniaposentadorias
O paulistano Vlademir Bin, de 33 anos, tem o hábito de poupar desde cedo. Com 16 anos já guardava 50% do salário. Ele trabalhava na empresa do pai, uma distribuidora de produtos de limpeza e higiene. Na época, recebia o equivalente a meio salário mínimo e, como não ajudava nas despesas de casa, podia economizar a metade do que ganhava. Aos 17 anos não recebia mais ajuda financeira dos pais e viver apenas com metade da renda tornou-se uma regra. Além de viver sempre com metade da renda, Vlademir nunca comprou um carro com valor quatro ou cinco vezes maior do que sua renda.

Ele faz uma conta simples: se alguém que tem uma renda mensal de 1 000 reais comprar um carro de 30 000, mesmo que seja financiado, vai ter de doar 30 meses de sua vida e do seu salário exclusivamente para pagar o carro. Ele acha um desperdício de tempo e de dinheiro. Vlademir só pretende resgatar a grana das ações quando completar 50 anos. “Não quero ganhar milhões por mês, mas tento organizar minha vida para que eu possa viajar sempre”, diz. Ele prefere não investir em fundos de previdência privada porque acha que a rentabilidade do investimento é baixa. “Acredito que é assumir que não sabemos tomar conta de nosso dinheiro e para isso o damos a um banco, que cobra mais da metade dos rendimentos.”

FICAR UM ANO SEM TRABALHAR
Poucas pessoas estão preparadas para a demissão. Dos 828 leitores que encaminharam suas queixas financeiras à revista, 42% disseram que se perdessem o emprego hoje não conseguiriam se manter nem por um mês. Mais importante do que ficar sem trabalhar é poder sobreviver caso haja a perda inesperada do emprego. Apenas 12% disseram conseguir ficar até um ano sem trabalhar. Esse é o sonho de muita gente.

E é a realidade do paulistano Vlademir Bin, de 33 anos, que se prepara desde que começou sua vida profissional para ter miniaposentadorias. “Penso que se eu trabalhar dez anos também posso ficar dez anos sem trabalhar”, diz. A determinação de Vlademir começou logo que ele recebeu o primeiro salário, aos 16 anos. Ele decidiu poupar a metade e manteve o projeto pelo resto da vida: viver sempre com 50% do salário. Entre 1997 e 1999, ele fazia projetos de computação e tinha uma renda de 9 000 reais e colocava a metade na poupança.

As aplicações em bolsa só começaram em 2003 e nos fundos DI, em 2004, ano em que ele montou uma empresa de comércio eletrônico, que não deu lucro nenhum. Vlademir só recuperou os 100 000 reais investidos com a venda da companhia, em 2005. De 2005 a 2007, ele trabalhou numa empresa mexicana e teve renda mensal de 18 000 reais.

Com mais disponibilidade financeira, Vlademir passou a investir 35% em bolsa, fundo DI e poupança. O restante, 15%, era alocado em outra poupança, para bancar despesas com emergências. Em 2007, ele deixou o cargo de diretor de tecnologia da informação e operações na empresa mexicana para acompanhar a esposa em uma viagem de trabalho para a Alemanha. Vlademir tinha 200 000 reais na poupança. “O planejamento financeiro foi importante para eu abraçar a oportunidade no momento em que ela apareceu”, diz. Na Europa ele e a mulher dividiram todas as despesas com viagens, aluguel da casa e do carro, alimentação e cursos. Os gastos com passeios eram os mais pesados. Os dois viajaram 20 000 quilômetros de carro durante 130 dias e se hospedaram em mais de 43 hotéis de baixo custo.

Por mês gastaram cerca de 1 500 euros com viagens. Quando voltou ao Brasil ele fez as contas e viu que gastou cerca de 50 000 reais sozinho. Vlademir, que é formado em ciência da computação e tem MBA em gestão empresarial, foi para a Alemanha com o objetivo de curtir a viagem e não trabalhar. Em julho de 2009, ele voltou ao Brasil e montou um escritório para colocar no mercado nacional o produto de duas empresas alemãs. Com uma boa formação profissional e uma extensa rede de contatos, Vlademir também recebeu uma proposta para assumir o cargo de diretor executivo numa empresa americana com um salário mensal de 20 000 reais. Ele aceitou, mas depois de seis meses pediu demissão e decidiu cuidar só do seu escritório.

“Quero me organizar para ter pessoas trabalhando para mim, assim terei mais tempo livre”, diz. Enquanto a empresa não garante a ele um bom salário, Vlademir usufrui do dinheiro da poupança para pagar seus gastos mensais, que somam, em média, 5 000 reais. O paulistano tem dinheiro para continuar dez anos sem trabalhar. Claro, se os seus gastos mensais permanecerem os mesmos. Hoje, seu patrimônio está dividido entre 50% em imóveis, 45% em bolsa e poupança e 5% em automóveis. Antes de pensar em ficar um período sem trabalhar é preciso identificar qual é seu momento de vida.

Quem tem filhos, por exemplo, precisa analisar se a grana poupada vai ser suficiente para bancar os gastos de toda a família, que geralmente crescem ao longo do ano com escola, faculdade e cursos de idioma. Além disso, a idade é um fator determinante para quem quer se ausentar por um tempo no mercado de trabalho. “Até os 40 anos é mais fácil se recolocar no mercado de trabalho, depois vai ficando mais difícil. De qualquer forma, o profissional deve enriquecer suas habilidades enquanto está fora, como aprender outra língua ou desenvolver uma técnica nova”, diz Lauro Araújo, diretor da consultoria de investimentos da Mercer, de São Paulo.

Se você está pensando em sair do seu emprego para fazer uma viagem, por exemplo, saiba que o tempo de recolocação para cargos técnicos e gerenciais é de seis a 12 meses. Então, faça uma poupança que seja suficiente para cobrir suas despesas nesse período. Se já tem certeza que vai deixar o mercado de trabalho para apostar numa nova empreitada, é preciso considerar dois tipos de aplicação financeira. “Se a decisão estiver muito próxima, o dinheiro deve ir para a renda fixa, mas se for para um período mais longo, mais de dois anos, o investimento em bolsa é um bom negócio”, diz João Pedro Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, de São Paulo.

VEJA OUTRAS DICAS DE ESPECIALISTAS FINANCEIROS PARA QUEM QUER SE PLANEJAR PARA FICAR UM ANO OU MAIS SEM TRABALHAR:
16 Não coloque todo o dinheiro na poupança. “Esta é uma aplicação para usar num prazo muito curto. Quando já se sabe que o investimento será destinado para gastos que você pode gerenciar, como, por exemplo, uma viagem ou um carro, a aplicação pode ser mais arrojada”, diz Lauro Araújo, diretor da consultoria de investimentos da Mercer, de São Paulo.
17 Invista em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e no Tesouro Direto. “Quanto mais novo o investidor é, mais chances ele tem de arriscar seu parimônio e ganhar muito dinheiro”, diz Lauro.
18 O ideal é chegar aos 50 anos com apenas 20% das aplicações em bolsa.
19 Com uma boa disponibilidade para investimentos, é possível conseguir um plano de previdência com taxa de carregamento zero e uma taxa de administração igual ou menor à dos fundos de investimentos. A sugestão é procurar o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) que misture renda fixa e variável

Fora das dívidasO pernambucano Ricardo Diniz de Souza Leite, de 31 anos, tem pouca idade, mas uma extensa formação acadêmica. Graduou-se em psicologia na Universidade Católica Federal, fez pós-graduação em gestão empresarial na Fundação Getulio Vargas (FGV) e outra em gestão de pessoas, também na FGV. Foi justamente na época de formação superior, entre 2000 e 2008, que ele caiu no poço das dívidas. Ricardo começou a trabalhar como trainee na Fly Logística, na área de recursos humanos, e ganhava 300 reais por mês.

Na empresa, ele foi subindo de cargo até atingir a gerência da área e receber 2 500 reais mensais. O problema é que, na mesma época, Ricardo devia 4 000 reais. “Usei todas as formas de endividamento disponíveis: cartão de crédito (pagando juros rotativos), cheque especial, crédito estudantil e financiamento de carro. Não tinha ideia de como sairia dessa encrenca”, diz. O ano de 2008 foi decisivo para ele.

Trocou de emprego e de renda. Foi contratado pelo Colégio Grupo Gênese de Ensino como gestor responsável por uma das unidades. Sua rendeu subiu para 3 500 reais e foi daí que o executivo viu as dívidas com outro olhar: ele queria não só saná-las, mas transformá-las em investimentos. “Ele mudou o que tinha de ser mudado para seguir o caminho para enriquecer”, diz Augusto Sabóia, sócio da Sabóia Advisors e especialista em planejamento financeiro.

ACABE COM SUAS DÍVIDASQuando se entra em um círculo vicioso de dívidas é difícil imaginar que é possível sair dele. Ainda mais se há juros rotativos do cartão de crédito, cheque especial e parcelas atrasadas de crédito estudantil e financiamento do carro. Adicione-se a tudo isso um temperinho: todas as dívidas estão 60% acima dos ganhos mensais. Foi esse o quadro que Ricardo Diniz de Souza Leite, de 31 anos, pernambucano de Recife, teve de encarar há dois anos. A história de Ricardo é exemplar e reflete a situação de muitos brasileiros. Dos 828 leitores que abriram sua finanças para a VOCÊ S/A, 79% estavam endividados e, desses, 28% consideravam que já tinham perdido o controle sobre a vida financeira. Ricardo deu a volta por cima com disciplina e determinação.

Ele conseguiu liquidar 4 000 reais em dívidas e acumular 25 000 reais em investimentos. A mudança de padrão financeiro aconteceu quando Ricardo leu uma reportagem que mostrava que era possível acumular 1 milhão de reais com um rigoroso planejamento financeiro. Motivado, ele participou de uma feira de finanças pessoais em Recife, a ExpoMoney, e assistiu a várias palestras para ver se o caso dele tinha solução. “Vi que era possível acabar com minhas dívidas”, diz. A primeira coisa que o pernambucano fez foi identificar quais eram seus principais gastos e quais poderiam ser eliminados.

Depois ele fez uma planilha, na qual colocava tudo o que ganhava e tudo o que gastava. Fazendo uma análise, percebeu que os maiores rombos eram as despesas com entretenimento, vestuário de luxo e eletrônicos de última geração. Ele não teve dúvidas, reduziu todos seus custos pela metade e ainda renegociou as dívidas mais amargas: o crédito estudantil foi a pior delas, mas conseguiu abater 55% do valor devido. “Aprendi que, além do controle das contas e reorganização financeira, é preciso também ter uma meta. Fiz um curso na bolsa de valores e levei o resto do ano reconstruindo minha vida financeira. Consegui”, diz ele.

Logo que conseguiu renegociar as dívidas, Ricardo passou a investir em ações. “Apliquei 200 reais em papéis da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista porque a empresa tinha histórico de pagadora de bons dividendos”, diz. Hoje, tem 25 000 reais em ações e recebe 400 reais em dividendos a cada trimestre. O antigo endividado gasta apenas 40% do seu salário. O restante está livre para seus investimentos pessoais.


ALÉM DO EXEMPLO DE RICARDO, O ESPECIALISTA EM PLANEJAMENTO FINANCEIRO AUGUSTO SABÓIA DÁ OUTRAS DICAS PARA QUEM QUER SAIR DAS DÍVIDAS E FAZER O DINHEIRO RENDER:
20
Se você é jovem, deve trabalhar mais agora para aumentar sua renda.
21 Faça um levantamento simples e honesto de como acumulou dívidas.
22 Depois faça um cálculo para saber quanto você precisa pagar.
23 Defina qual é o percentual que você terá de economizar todos os meses para pagar todas as suas dívidas.
24 Procure cada credor para saber em quanto está seu débito e para renegociá- lo. Diga: “Eu quero pagar a dívida e como vocês podem me ajudar?”.
25 Venda tudo que puder para fazer mais dinheiro. Se desfaça de máquina fotográfica, automóvel, tudo que possa gerar mais grana na sua carteira.
26 Defina quais serão os primeiros débitos que devem ser pagos.
27 Informe-se com advogados ou mesmo no Procon da sua cidade sobre quais são seus direitos na hora de pagar juros.
28 Pague, mas não prometa nenhuma data específica para o pagamento.
29 Se você tem a possibilidade de fazer um trabalho paralelo (dar aulas particulares de inglês aos sábados, por exemplo) para aumentar sua receita e pagar as dívidas, avalie a possibilidade de encarar a empreitada temporariamente. O sacrifício vale a pena, pode apostar.
30 Se possível, faça horas extras e pague na metade do tempo e com descontos.
31 Faça uma lista do que não fazer e ponha na parede para não reincidir.
32 Aproveite e faça um planejamento financeiro pessoal.
SEJA SAUDÁVEL! FAÇA CAMINHADA.

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