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sábado, 16 de abril de 2011

Não quero ser chefe.


Se a sua opção é seguir a carreira de especialista ou técnico, veja o que levar em conta na hora de decidir


Estagiário, trainee, assistente, analista, supervisor e coordenador. Depois gerente, diretor, vice-presidente e, enfim, presidente. Para o alto e avante. Essa costuma ser a ideia de sucesso profissional. Pelo menos segundo o senso comum do mundo corporativo. Mas há quem não se encaixe nessa ascensão retilínea e ascendente. Por exemplo, os profissionais técnicos ou especialistas. Para eles, a realização não está na conquista de cargos, mas em fazer cada vez melhor o que já fazem bem. O principal problema para quem escolhe esse caminho é encontrar uma empresa que contemple essa opção em seu plano de carreira. Outra dificuldade é romper com o senso comum. O especialista é alguém que, em algum momento, tem de dizer ao chefe que não quer ser gestor, frustrando uma expectativa da empresa. “No Brasil, ainda prevalece o paradigma de que, para crescer, é preciso virar gerente, a carreira técnica ainda é pouco valorizada”, diz a headhunter carioca Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.

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Na hora de dizer que não queria ser chefe, Maurício Lopes Duarte, de 38 anos, analista sênior da Totvs Interior Paulista, optou pela sinceridade. Convidado para assumir uma gerência, recusou a proposta e disse que sua praia era a programação dos sistemas de ERP da empresa. “Não tive medo de ser visto como maluco porque expus aos companheiros de trabalho e à chefia imediata minhas ideias e aspirações de crescimento profissional”, diz. “Hoje, estou realizado como especialista.”

A TAL DA CARREIRA EM Y

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A realidade da Samarco, porém, está longe de ser a regra no Brasil. Na maior parte dos casos, as empresas acabam criando um cargo de consultor para acomodar quem já passou por analista júnior, pleno e sênior. No entanto, raramente o salário se equipara aos níveis gerenciais. Por isso, se você está convencido de que a gerência não é o seu lugar, você deve se esforçar para ter seu mérito como técnico reconhecido.
O especialista não precisa ser um Prêmio Nobel, mas o ideal é que seja percebido logo nos primeiros anos da carreira. “É preciso demonstrar muito conhecimento”, diz Joaquim, da Samarco. Mestrado e doutorado na área são caminhos naturais para o especialista. Outra cobrança é por atualização constante com o mercado. Uma alternativa é participar de grupos de discussão, ver quem são os melhores especialistas e tentar se aproximar deles. “Tem que estudar muito, ou você fica defasado, porque todos os dias alguém cria algo novo”, diz Luís Fernando Liguori, de 37 anos, arquiteto de sistemas da IBM Brasil. Na IBM, a carreira de especialista segue critérios semelhantes à da progressão como gestor. A formação de sucessores é um deles. “Aqui, você tem de dividir o conhecimento”, diz Luís Fernando.

REALIZAÇÃO NO APRENDIZADO
A função de especialista vai muito além das carreiras tecnológicas ou ligadas à pesquisa científica. “Pode abranger qualquer setor ou área. Em vendas, por exemplo, você encontra aquele sujeito que é mestre no contato direto com o cliente e ficaria frustrado lidando com a parte mais burocrática de uma gerência”, diz a headhunter Jacqueline, da Resch.

Deixar claro para a empresa qual a sua vocação pode ser um grande alívio para o chefe, que é salvo do risco de colocar o profissional errado na posição de gerente. “Promoção é uma decisão difícil no Brasil porque a lei não permite redução salarial, no caso da indicação dar errado”, diz Augusto Carneiro, consultor de carreira e diretor da Zaitech, empresa de busca de executivos do Rio de Janeiro.

Recusar uma proposta para assumir cargo de gestor não significa estar condenado ao mesmo salário pelo resto dos dias. Luís Fernando, que entrou na IBM como estagiário, acredita que será arquiteto de sistemas pelos próximos cinco anos e isso não é ficar estagnado na carreira. “Há uma pista enorme a ser percorrida. O meu mentor é alguém que tem o mesmo nível de um alto executivo da IBM e é um técnico como eu, só que com muito mais experiência”, diz.

Na carreira em Y, a remuneração está diretamente ligada à aquisição de conhecimento. “O ritmo de desenvolvimento é determinado pela velocidade de aprendizado e implementação das ideias”, diz Jacqueline Resch. Mais importante que o dinheiro, porém, é seguir o caminho que lhe dá maior satisfação.

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Edição 0154 - Abril 2011 - Você S/A




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